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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Estação Ferroviária de Ribeirão Pires

A ESTAÇÃO: A estação de Ribeirão Pires foi aberta em 1885. Em torno da estação, criou-se, em 1887, a Colônia dos Imigrantes Italianos. "Os habitantes fazem uma subscrição para levantar uma igreja e pedem ao encarregado do núcleo para que interceda junto ao Inspetor de Terras e Colonização para a obtenção de um terreno na sede do núcleo. A resposta não se fez tardar: é indicado um terreno próximo à linha de ferro, já destinado a logradouro publico. De um relatório do encarregado do núcleo colonial de Ribeirão Pires: "de janeiro a maio de 1890 foram abertas diversas ruas no núcleo colonial, feito aterro nos brejos, limpeza de ruas já existentes, usando para isso o serviço de 93 trabalhadores, inclusive menores, entre colonos e empregados". Concluído o serviço da estrada de interligação entre Ribeirão Pires e Moji das Cruzes. O encarregado do Núcleo Colonial de Ribeirão Pires sugere a construção de uma nova estrada, de interligação entre os núcleos coloniais de Ribeirão Pires e São Bernardo. A agência do correio de Ribeirão Pires é criada em maio de 1890. A notícia saiu publicada no jornal Correio Paulistano, de São Paulo, edição de 11/05/1890. Em artigo de fundo, publicado em sua edição de quinta-feira, 24/07/1890 , o Diário Popular faz uma abordagem geral do que chama de bairros salubres da Capital. O artigo refere-se às estações da estrada de ferro entre Santo André e Rio Grande da Serra, nos seguintes termos: "(...) existem nas proximidades da cidade (São Paulo) bairros salubres, como a estação de percurso da linha inglesa, como Rio Grande da Serra, Ribeirão Pires, Pilar (depois Mauá), São Bernardo (depois Santro André) especialmente, que se tornam tão notáveis pela aproximidades de São Paulo e pela beleza de sua situação, como por suas condições muito especiais de salubridade (...)".

Feita a descrição, o articulista acusa a existência de um único trem de passageiros por dia entre a região de São Paulo. Pior: o trem chega de São Paulo ao meio-dia e retorna às 15 hs, deixando pouco tempo para que os moradores de Ribeirão Pires e outras localidades resolvam seus negócios na Capital. O articulista pede mais trens, ou então que se coloque um vagão de passageiros junto aos trens de cargas, estes sim, já bem mais numerosos naquele tempo. Dois dias depois, em novo artigo, o mesmo Diário Popular informa que, a partir de 1º de agosto, haverá um trem para conduzir moradores de Ribeirão Pires e região a São Paulo, pela manhã, com retorno à tarde. A São Paulo Railway dá uma outra boa notícia: aos domingos, um trem conduzirá passageiros de São Paulo até a região pela manhã, retornando à tarde e propiciando ao paulistano momentos de lazer no campo, "benefício moral e físico do qual desfrutamas populações das grandes cidades do mundo". Núcleo Colonial de Ribeirão Pires ganha um levantamento pormenorizado das famílias com lotes urbanos, rurais e chácaras no lugar. Um livro-tombo, personalizado, específico para Ribeirão Pires, é aberto para o levantamento. O pesquisador anota os nomes dos habitantes de cada lote e registra os dados de cada membro da família, idade, local de nascimento, data da chegada ao Brasil, profissão, se têm ou não instrução, se residem ou não em Ribeirão Pires. Varias famílias possuem lotes em Ribeirão Pires, mas residem em São Paulo. Outos não têm seus paradeiros definidos. Alguns têm urbanos e rurais, residindo num ou noutro. Vários acabam de plantar uva que não sobreviveria. Alguns lotes estão roçados e prontos para receber plantações. Alguns colonos adquiriam tijolos para a construção de suas casas (Notícias do Núcleo Colonial de Ribeirão Pires, 1890 - site www.historiaearte.net/ribeirao). A vila cresceu bastante e se tornou município em 1953. Assim como a de Rio Grande da Serra, a estação de Ribeirão Pires ainda é a mesma do início do século. Hoje (2008) atende aos trens metropolitanos da CPTM. (Fontes: Antecedentes Históricos do ABC Paulista, Wanderley dos Santos, 1992; www.historiaearte.net/ribeirao)

Antigo museu municipal, hoje degradado

Sanitário público ainda utiliza as antigas latrinas

O antigo café, hoje modernizado

Pátio da Estação

Jardim do Pátio da Estação

2 comentários:

Anônimo disse...

Essas primeiras fotos que você colocou da ferroviária são de que ano?

Autor do blog disse...

As duas primeiras fotos foram tiradas há seis anos atrás, em 2006. As seguintes são mais recentes, porém não sei precisar as datas.